Hoje...
Sou hoje, a noite que fria me desvenda...
O orvalho que leve e torturante me desata...
E ata...
Em nó de pensamentos e loucuras.
Insano...
Hoje sou eu o céu coberto pela espessa luz negra... sombria
Sou a fonte da água cristalina já com a cólera da vida.
A noite desenfreada...
Esvai-se em mim...
E sou eu apenas a ampulheta
a virar de hora em hora num ritmo de desespero.
Sou hoje o meio termo do avesso.
A incerteza do dia seguinte.
A insanidade vindo passo a passo...
Num encontro rumo ao meu suicídio.
Sou hoje a treva do meu espelho reverso,
Meu descontente sorriso febril.
Um ébrio a bordejar entre ruas e vilarejos...
perdido.
Sou hoje o difuso fogo da paixão dilacera.
Que de fugaz me destrói forte...
Lento.
Sou hoje a prostituta no beco sem saída...
encurralada.
A virgem sem inocência que aguarda o seu maior desejo.
A criança que brinca sem saber a tristeza da vida.
Sou hoje a estrada sem placa,
Perdendo-me a cada encruzilhada.
O vício que não me contenta
a busca incessante por mais um trago...
O mórbido vampiro com desejo de mais um gole de sangue.
E vai-se em mim a noite...
E já agora sou dia...
Nublado... cansado... sem sol...
E sou hoje, o dia sem brilho,
O camaleão se escondendo da chama e da foice da morte.
1.5.09
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